Leopoldo Dienstmann no final do séc. XIX

24 de setembro de 202424 de setembro de 2024Maicon Leite 0 comentáriosDienstmann

Em foto tirada provavelmente no início da década de 1890, já quase no final do séc. XIX, temos o jovem Leopoldo Dienstmann, que na época aparenta ter pouco mais de dez anos de idade. Quando Leopoldo nasceu, em 1º de outubro de 1879, em Dois Irmãos, seu pai, Christian Dienstmann, tinha 25 anos e sua mãe, Carolina Konrath, 18 anos. Casou-se com Elisabetha Kuwer em 11 de outubro de 1901, em Dois Irmãos, e tiveram pelo menos um filho, Henrique Carlos Dienstmann, nascido em 1908. Leopoldo faleceu em 1º de junho de 1954, em Parobé, aos 74 anos.

Os pais e o irmão dono de salão:

Os pais de Leopoldo, Christian Dienstmann (1854–1925) e Carolina Konrath (1861–1944) tiveram dez filhos, dentre eles Christian Dienstmann Filho, nascido em 2 de julho de 1902 e falecido em 28 de setembro de 1978. Este, que foi o mais novo dos irmãos, se tornou bastante conhecido em Parobé por ser dono de um salão, mais conhecido como o “Salão da Esquina”, inicialmente localizado no prédio que sediou o Cine Central e que também serviu de embrião do surgimento da Azaléia. Seu ponto mais conhecido foi na esquina entre as ruas João Corrêa e Dr. Legendre, onde hoje se situa o prédio da Farmácia São João.

Origens:

O primeiro Dienstmann deste ramo a se estabelecer no Brasil foi Johann Jacob Dienstmann (26 de dezembro de 1777 – 12 de dezembro de 1858), em 1827, enquanto o primeiro Konrath a desembarcar por aqui foi Jacob Konrath, vindo na mesma viagem que os Dienstmann, sendo morto pelos rebeldes na Revolução Farroupilha em 06/01/1838.

Os cartões de gabinete:

Assim como já discutimos aqui no Trilhando a História de Parobé, as fotografias conhecidas como “cartões de gabinete” foram extremamente populares no final do século XIX e são fáceis de identificar, pois eram montadas em cartolina rígida, geralmente com o nome do fotógrafo e a localização do estúdio impressos logo abaixo da imagem. O cartão de gabinete foi um estilo de fotografia introduzido pela primeira vez em 1863 por Windsor & Bridge em Londres e é basicamente uma impressão fotográfica montada em cartão. O cartão de gabinete deve o seu nome à sua adequação para exibição em salões – especialmente em armários – e era um meio popular para retratos de família. Embora existam tipos semelhantes de fotografias montadas, como as “carte de visite”, introduzidas na década de 1850 e de tamanho menor, se a foto antiga tiver dimensões em torno de 10,8 x 16,5 cm (ou 4,25 x 6,5 polegadas), é provável que seja um cartão de gabinete.

Esses cartões eram usados principalmente para retratos em estúdio, e seu design robusto oferecia suporte e proteção à imagem. O formato popularizou-se não apenas por sua durabilidade, mas também pela conveniência, permitindo que as pessoas colecionassem e exibissem retratos de familiares, amigos ou figuras públicas. Com o avanço de novas tecnologias fotográficas e métodos mais acessíveis de impressão e distribuição de imagens, os cartões de gabinete caíram em desuso.

Embora nesta foto de Leopoldo não dê para identificar o fotógrafo, em Porto Alegre, na mesma época, havia o estúdio do renomado pintor e fotógrafo alemão Balduíno Röhrig, muito popular e requisitado e que tem sua marca registrada em diversas fotos já postadas aqui no projeto.

Ligações familiares:

Leopoldo era primo sexto da pentavó da minha esposa, Louisa Katharina Elisabeth Franziska Bruxel (1832 – 1900), casada com Joseph Boll (1827–1887). O casal residia em Dois Irmãos, berço de muitos imigrantes e filhos de imigrantes de origem alemã.

Créditos da foto:
Acervo do Museu Municipal de Parobé – Digitalizada/editada por Maicon Leite

Fonte:
https://www.familysearch.org/tree/person/details/KV2P-YVW

ROSA, Gilson Justino da. Imigrantes Alemães, 1824-1853. Porto Alegre: EST, 2005.

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