Carolina Konrath e as filhas Otília e Olga Dienstmann na primeira metade do século XX
Em foto tirada na primeira metade do século passado, está Carolina Konrath acompanhada das filhas Otília e Olga Dienstmann, possivelmente em Estância Velha. Carolina nasceu em 6 de junho de 1861, quando seu pai, Johannes Heinrich Peter Jacob Konrath, tinha 29 anos e sua mãe, Anna Maria Margaretha Arend, tinha 31 anos. Carolina casou-se com Christian Dienstmann em 27 de abril de 1878, em Dois Irmãos, com quem teve pelo menos 10 filhos (seis meninos e quatro meninas). Ela faleceu em 5 de fevereiro de 1944, aos 82 anos, e foi sepultada no Cemitério Evangélico Luterano de Estância Velha.
Jacob Konrath Sênior: da Renânia-Palatinado à Revolução Farroupilha
Jacob, nascido em 20 de fevereiro de 1782 e falecido em 6 de janeiro de 1838, era o avô imigrante de Carolina. Natural de Argenthal, no distrito do Reno-Hunsrück, estado da Renânia-Palatinado, Alemanha, Jacob teve sua trajetória marcada por transformações sociais e culturais intensas. Nascido em uma região marcada pela diversidade cultural e por séculos de disputas territoriais, Konrath fazia parte de uma geração que enfrentava os desafios de um mundo em transição, principalmente após as Guerras Napoleônicas. No início do século XIX, como muitos outros europeus, ele emigrou para o Brasil, possivelmente atraído pelas promessas de terras e oportunidades em um país que buscava consolidar sua independência e atrair imigrantes para o desenvolvimento de suas regiões. Estabeleceu-se inicialmente em Ivoti e depois em Dois Irmãos, região que começava a receber um número grande de imigrantes alemães.
Konrath viveu tempos turbulentos no Brasil. O país, então um jovem Império, enfrentava divisões internas. Uma das mais marcantes foi a Revolução Farroupilha (1835-1845), movimento separatista que eclodiu no Rio Grande do Sul, liderado por descontentes com as políticas do governo imperial, especialmente em relação à tributação e à autonomia regional. Em 6 de janeiro de 1838, Jacob teve seu destino selado no contexto desse conflito. Ele, um legalista, foi morto por rebeldes farrapos, um episódio que reflete a violência e a complexidade das lutas internas da época e que marcaram até mesmo a história daqueles praticamente recém-chegados da Europa.
Konrath teria vindo para o Brasil a bordo do navio Epaminondas, tendo chegado ao porto do Rio de Janeiro em 28 de setembro de 1827 e posteriormente em São Leopoldo no dia 16 de dezembro de 1827. Para quem leu o texto anterior sobre os Dienstmann, verá que esta foi a mesma embarcação que trouxe Johann Jacob Dienstmann¸ avô de Christian Dienstmann, para o Brasil. Que incrível coincidência, não? Na mesma viagem vieram os Weber, Engelmann, Gewehr, Baum, Barth, Backes, Ritter e tantos sobrenomes já conhecidos aqui na nossa região e que tem ligação direta com a nossa história.
Fontes:
Family Search:
https://www.familysearch.org/tree/person/details/KVGX-6QN
ENGELMANN, Erni. A Saga dos Alemães – Do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo, 2004.
Créditos da foto:
Acervo de Elcita Dienstmann Koch/Museu Municipal de Parobé – Foto digitalizada e editada por Maicon Leite
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