Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes por volta de 1987

Santa Cristina do Pinhal foi sede de uma importante celebração religiosa por volta de 1987, quando a Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes reuniu uma expressiva quantidade de fiéis. O evento ocorreu no Rio dos Sinos, tendo como ponto de destaque a Ponte Oswaldo Quintino de Mello, que ficou tomada por devotos e curiosos acompanhando a passagem da imagem sagrada. A celebração, que sempre teve forte significado para os moradores locais, simboliza a devoção dos fiéis à padroeira dos navegantes e pescadores, que até hoje mantém a tradição viva.

O nome da ponte – inaugurada em 1986 – é uma homenagem a Oswaldo Quintino de Mello, saudoso agricultor e produtor de leite que também exerceu o cargo de Juiz de Paz na localidade. E a ponte foi um dos principais pontos de concentração da população durante a procissão. Famílias inteiras se postavam ao longo da estrutura e às margens do rio para assistir ao cortejo fluvial, que era acompanhado também por uma celebração na capela da comunidade. Na época, o padre responsável era Rubens Luiz Schuch, natural da localidade e que ali atual por toda a década de 1980.

De acordo com a historiadora Angelita Vargas Peixoto em seu e-book Santa Cristina Do Pinhal – Memórias de um Município Extinto”, a Festa de Navegantes “iniciava com uma procissão pelo Rio dos Sinos, onde a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes saía do Passo do Mundo Novo e percorria as águas do rio até chegar ao Porto de Santa Cristina do Pinhal, onde era feita a parte terrestre da procissão até a Igreja Matriz de Santa Cristina do Pinhal. Após a missa era realizado um almoço e, mais tarde, o baile no Salão Paroquial, localizado na Praça da Matriz”.

Dinarte Martins Farias, em entrevista para Peixoto, relembrou a festa: “Era muito bonito. Juntava muita gente. Percorria a santinha no rio, esperava a Santa ali onde é hoje a ponte, vinha do Passo do Mundo Novo, e fazia a procissão por terra até a igreja, e depois da procissão tinha missa e tinha festa no Barracão”.

Conforme destacou Célia Maria Dias em seu TCC “A Capela de Santa Cristina do Pinhal: Uma Referência na História da Região (1847-1892)”, os sacramentos e os festejos religiosos representam momentos de expressão da fé, reunindo os indivíduos em celebrações que preservam e fortalecem suas tradições. A capela católica sempre desempenhou um papel central na vida religiosa, social e cultural da comunidade. Entre suas principais atividades, destacam-se os festejos populares realizados anualmente. Embora não se saiba com precisão quando essas celebrações começaram na comunidade pinhalense, há muitos anos elas já fazem parte da tradição local, mantendo-se vivas ao longo das gerações. Além de reafirmar a identidade cultural e religiosa da comunidade, essas festividades têm como propósito arrecadar recursos para a manutenção da paróquia, promovendo também a união entre os fiéis.

A Festa de Navegantes é detalhada por Dias: “A primeira das festas acontece no mês de fevereiro, é a de Nossa Senhora dos Navegantes, que inicia uma procissão fluvial no Passo dos Ferreiros, descendo o rio dos Sinos até a Prainha de Santa Cristina do Pinhal, de onde os fiéis seguem em caminhada, passando pela pracinha até a igreja onde é celebrada uma missa com a presença da imagem no andor bastante enfeitado”.

A devoção a Nossa Senhora dos Navegantes tem raízes profundas no Brasil, especialmente em comunidades ribeirinhas e pesqueiras. Em Santa Cristina do Pinhal, a tradição se consolidou ao longo das décadas, atraindo fiéis das redondezas. Ao longo dos anos, a Festa de Navegantes manteve-se como um dos principais eventos religiosos da comunidade, reforçando não apenas a devoção à padroeira, mas também a identidade cultural dos moradores de Santa Cristina do Pinhal e sua relação com o próprio Rio dos Sinos.

Saiba mais:

Fontes:

DIAS, Célia Maria. A Capela de Santa Cristina do Pinhal: Uma Referência na História da Região (1847-1892). TCC (Graduação) – Curso de História, Faculdades Integradas de Taquara/RS, Taquara, 2010.

PEIXOTO, Angelita Vargas. Santa Cristina do Pinhal: memórias de um município extinto. Parobé, 2024. Disponível em: https://parobe.atende.net/cidadao/pagina/a-historia-de-parobe.

Créditos da foto:

Acervo do Museu Municipal de Parobé – Digitalizada/editada por Maicon Leite

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Maicon Leite

Criador do projeto Trilhando a História de Parobé e Presidente da AMUPA - Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé

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