Especial Cemitério Luterano: Peter Baum

Buscando capturar cada detalhe sobre a História de Parobé, neste novo especial vamos nos aprofundar sobre o Cemitério Luterano, patrimônio que está ligado à comunidade através da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em Parobé, pertencente à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).

Neste especial será realizado um trabalho dedicado ao cemitério e às suas antigas lápides. Este projeto resgatará as biografias de quem ali descansa, decifrando nas inscrições — muitas vezes em alemão gótico — as origens, os versículos de consolo e os detalhes familiares que transformam cada túmulo em um documento valioso da história de Parobé e da imigração alemã na região.

O contexto dos cemitérios luteranos na região de Parobé está profundamente entrelaçado com a colonização alemã do antigo território de Santa Maria do Mundo Novo, refletindo uma transição das antigas picadas rurais para uma organização comunitária mais consolidada. A presença luterana, que remonta aos primórdios da ocupação do vale, estabeleceu não apenas locais de culto, mas espaços de memória que narram a trajetória dessas famílias.

Um exemplo marcante dessa história é o Cemitério Luterano de Parobé, cuja origem precede a própria institucionalização da comunidade religiosa na cidade. O espaço foi criado no início do século XX por iniciativa de Pedro Blos Sobrinho (1881-1960), que doou parte de suas terras para este fim após sensibilizar-se com o falecimento de um membro da comunidade evangélica, numa época em que ainda não havia um local próprio para sepultamentos. Diferente do costume tradicional de manter o campo santo adjacente ao templo, este cemitério encontra-se geograficamente distante da igreja, uma característica peculiar que demarca a expansão territorial e a influência da família Blos no desenvolvimento local.

Estes espaços sagrados diferenciam-se notavelmente dos cemitérios católicos da mesma época. Enquanto aqueles muitas vezes enfatizavam o sofrimento e o purgatório, os cemitérios luteranos (evangélicos) nas colônias alemãs foram concebidos como “jardins de memória”. A organização espacial e o paisagismo buscam transmitir a teologia de que a morte é um repouso que aguarda a ressurreição, mantendo viva a conexão com os antepassados através de tradições como o Totensonntag (Domingo da Eternidade). As lápides mais antigas, muitas vezes esculpidas em pedra arenito por artesãos locais, apresentam adornos bíblicos e inscrições que são verdadeiros documentos históricos.

A lápide de Peter Baum

Entre as antigas lápides que repousam no Cemitério Evangélico de Parobé, encontramos a de Peter Baum, nascido em 26 de setembro de 1872, na localidade de Araricá. Ele era filho de Johann Peter Baum (1820–1884), que já contava com 51 anos, e de Margaretha Henckel (nascida em 1827), que tinha 45 quando ele nasceu, sendo o último filho de um total de nove do casal.

Em sua lápide, está escrito: “Hier ruhet in Gott mein lieber Gatte u. unser guter Vater Peter Baum * 26.9.1872 † 7.8.1932 Ruhe sanft!”.

Traduzido para: “Aqui descansa em Deus meu querido esposo e nosso bom pai Peter Baum Nascido em 26.09.1872 — Falecido em 07.08.1932 Descanse em paz!”.

Quase na mesma época, em 24 de fevereiro de 1873, nascia sua esposa, Wilhelmine Henkel em Novo Hamburgo. Filha de Johannes Henkel (1836–1901 – 37 anos) e de Maria Elisabetha Fritz (1836–1901 – 33 anos).

A trajetória de ambos convergiu para Parobé, onde firmaram residência e vivenciaram o desenvolvimento da localidade. No entanto, a despedida do casal ocorreu com um intervalo de mais de três décadas.

Peter faleceu em 7 de agosto de 1932, aos 59 anos, numa época em que Parobé ainda era uma comunidade rural. Já Wilhelmine teve uma notável longevidade, sobrevivendo ao marido por 33 anos. Ela testemunhou algumas transformações, como o surgimento das empresas de calçados, falecendo em 8 de julho de 1965, com a avançada idade de 92 anos.

Ligações familiares:

Peter Baum era meu tio-trisavô, sendo irmão do meu trisavô Carl Baum (1861–1928), casado com Florentine Katharina Elisabeth Schmidt (1864–1930), com o matrimônio datado de 12 de junho de 1886 na velha “Harz Pikade” (Picada Hartz).

Por outro lado, Peter e Wilhelmine eram primos. Desta forma, compartilhamos os mesmos antepassados, sendo os imigrantes Heinrich Ludwig Henckel (1802–1837) e Barbara Vogel (1805–1893), meus pentavós, as raízes deste ramo da família.

Fontes:

BLUME, Sandro. Morte e morrer nas colônias alemãs do Rio Grande do Sul: recortes do cotidiano. 2010. 291 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, 2010.

FACCAT; PREFEITURA MUNICIPAL DE PAROBÉ. Inventário do Patrimônio Histórico e Cultural de Parobé. Parobé: Faculdades Integradas de Taquara, [s.d.]. Disponível em: https://www2.faccat.br/portal/sites/default/files/ckeditorfiles/2025/ipar.pdf. Acesso em: 11 dez. 2025.

HISTÓRIA DE PAROBÉ. Bodas de Ouro de Pedro Blos Sobrinho e Bertha Hoffmeister e as origens da família Blos. Publicado em: 17 ago. 2023. Disponível em: https://historiadeparobe.com.br. Acesso em: 11 dez. 2025.

Crédito da foto:

Maicon Leite

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Maicon Leite

Criador do projeto Trilhando a História de Parobé e Presidente da AMUPA - Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé