Uma Orquestra de Vozes Operárias: Coral da Calçados Azaleia

Criado em 1993, projeto reuniu mais de 200 vozes de funcionários e familiares sem exigência de experiência, tornando-se símbolo de uma era de ouro comunitária em Parobé.

Em meio ao ritmo frenético da produção de calçados que transformou Parobé em um polo industrial na década de 1990, uma harmonia diferente ecoava nos corredores da Calçados Azaleia. Não era o som das máquinas, mas sim o de 230 vozes. O Coral da Calçados Azaleia, fundado em 1993, permanece na memória como um dos maiores projetos de integração cultural corporativa do mundo dos calçados aqui da região. Na foto, temos participantes do grupo de coral adulto.

Idealizado pelo departamento de Recursos Humanos, sob a gerência de Rogério Weber e assessoria de Ernest Sarlet, o projeto nasceu com uma missão clara: investir na qualidade de vida dos 10 mil funcionários da época. Mais do que entretenimento, o canto coral servia como uma ponte social. No início, porém, o projeto tinha como objetivo homenagear os funcionários que aniversariavam na empresa.

A grandiosidade do projeto impressionava pela estrutura. Sob a regência do maestro Newton Macedo, o coral não se limitava aos adultos. Ele era dividido em três frentes que abraçavam toda a família do calçado:

Coral Infantil: 80 crianças de 4 a 7 anos;

Coral Infanto-juvenil: 50 jovens de 8 a 14 anos;

Coro Adulto: 100 vozes ativas.

O grande diferencial do coral da Azaleia era o seu caráter democrático. Diferente de coros tradicionais que exigem técnica apurada e leitura de partituras, o grupo da fábrica tinha as portas abertas. “Não há teste de seleção, qualquer um que quiser cantar pode entrar”, afirmava o maestro Newton Macedo. “Não há intenção de criar coros profissionais”.

Para muitos trabalhadores, vindos de zonas rurais e colônias distantes em busca de emprego na indústria, o coral representou o primeiro contato formal com a música e sua história. Era ali, entre os ensaios e o expediente, que a comunidade se fortalecia, criando laços que ultrapassavam a linha de montagem.

O legado do grupo ficou eternizado não apenas na memória afetiva da cidade, mas também em gravações físicas, como os álbuns “Trabalhar Por Música” e “Coral 2001 Azaleia”, provando que, naqueles anos, a Azaleia produziu muito mais do que sapatos: produziu cultura.

Contexto da empresa:

A Calçados Azaleia (cuja marca feminina é hoje licenciada para a Grendene, enquanto a estrutura corporativa original evoluiu para a Vulcabrás com foco esportivo) foi historicamente o “coração” económico de Parobé, ao lado de outras empresas calçadistas, como Bibi, Starsax, Rio de Luz, etc. Durante as décadas de 80 e 90, principalmente, a empresa não era apenas um local de trabalho, mas um centro social que oferecia creches, transporte e atividades culturais como este coral. O coral era apenas uma ponta do iceberg.

O fundador da empresa, Nestor Herculano de Paula (falecido em 2004), tinha uma filosofia de gestão muito focada no bem-estar social. Ele acreditava que a fábrica deveria prover mais do que salário. O coral servia para unir essa comunidade de mais de 10 mil pessoas que viviam e respiravam a fábrica.

Fontes:

SARLET, Erica D. Os 40 anos de Calçados Azaleia S.A.: 1958-1998. Canoas: La Salle Editora Gráfica, 1999.

Crédito da foto:

Acervo de Roseli Santos / Acervo do Laboratório de Ensino de História e Acervo de História Regional da FACCAT

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Maicon Leite

Criador do projeto Trilhando a História de Parobé e Presidente da AMUPA - Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé

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