Casamento de Artuino Arsand e Arcilda Talita Schäfer & origens de suas famílias – Parte 1

Por muitas vezes nos perguntamos: quem eram as pessoas que dão nome às nossas ruas, avenidas, pontes, escolas e demais locais públicos? Talvez boa parte da população seja curiosa neste sentido, ao ponto de indagar tais questionamentos, afinal, são os locais onde por muitas vezes passamos todos os dias indo trabalhar ou estudar, ou, são nossos próprios endereços e onde vivemos desde nosso nascimento. Nesta pesquisa, publicada originalmente na coluna do Jornal Integração em outubro de 2022 e agora atualizada, vamos conhecer um pouco mais sobre Artuino Arsand, que além de batizar o nome de uma escola, também nomeia uma de nossas principais avenidas. Vamos descobrir também detalhes sobre sua esposa Arcilda Talita Schäfer e informações diversas sobre sua vida, negócios e os antepassados do casal.

Artuino Arsand, natural de Linha Café/Três Coroas, logo cedo se mudou para Parobé, em busca de novas oportunidades. Nasceu em 17 de março de 1917 e era filho de agricultores humildes, Hermann Arsand (31 de janeiro de 1883 – 29 de dezembro de 1966) e Mathilde Sauer (1887–1979), cujo matrimônio foi realizado em 23 de junho de 1906 em Linha Café. Artuino era um dos filhos do meio do casal, que teve os seguintes irmãos: Ella (1906), Arnilda (1908), Willibald (1911), Arlindo (1913–1983), Alice (1920) e Osmar (1925).

Foi alfabetizado em alemão por sua avó materna, Carolina Volkart (20 de abril de 1866 – 29 de junho de 1943), casada com Carlos Sauer (15 de outubro de 1862 – 14 de dezembro de 1946). Quando pequeno recebeu o apelido de “Frech Ati”, arteiro, em alemão. Veio a aprender a ler e escrever em português em uma escola da localidade de Linha Café. Sua trajetória em Parobé tem início em outubro de 1930, quando muda-se para cá com os tios, Theóphilo Sauer (1º de março de 1902 – 15 de setembro de 1978) e Alwine Thomasine Schäfer (18 de agosto de 1906), filha de Albino Schäfer. Com apenas 13 anos de idade começa a trabalhar na Casa Comercial de Albino Schäfer, no local que depois sediou o Mercado Brenner e o supermercado S.N. Muller e agora a Intuição Modas. Ali, dividiu o serviço com seu tio Theóphilo Sauer. Além disso, trabalhou com o tio exercendo a função de cuidador de cavalos de corrida. Disposto a melhorar sua caligrafia e aumentar seus conhecimentos, fazia cópias em papel de embrulho, já que não tinha dinheiro suficiente para comprar cadernos. Em junho de 1935 participou da peça teatral “Divino Perfume”, em Parobé, interpretando o papel de Paulo. Também participou do Esporte Clube Parobé (futuro Grêmio Esportivo Parobé) como ponta esquerda. Em 1936 foi servir o Exército como voluntário, onde fez curso de telegrafista.

Com o tempo, Artuino ganhou a confiança de Albino Schäfer (2 de outubro de 1878 – 10 de setembro de 1972) e de Theolinde Weide (23 de novembro de 1885 – 10 de setembro de 1972) e se apaixonou por uma de suas filhas, Arcilda Talita Schäfer, com quem se casou em 26 de novembro de 1938. O casal teve três filhas: Leci Marisa Arsand, Veni Marilia Arsand e Vani Ivoni Muller, esta última adotiva. Com o tempo acabou adquirindo do cunhado Alvício Schäfer uma parte da empresa fundada por Albino Schäfer, então denominada “Schäfer & Sauer”, e em 1945 comprou mais partes da firma, tornando-se assim “Sauer e Arsand”. Em 1943 adquiriu equipamentos para fabricar massas e biscoitos com seu cunhado, mas o negócio não foi para frente e o equipamento foi vendido a Edésio Mosmann, que fundaria a Pastifício Mosmann em 1945. Ainda na década de 1940 montou uma atafona, que tinha como gerente Maltus Krummenauer, casado com sua irmã Alice. Assim como Artuino, Maltus também foi homenageado com o nome de uma escola, neste caso a EMEF Maltus Krummenauer.

Em 1947, Artuino Arsand e Theóphilo Sauer decidiram se mudar para Taquara, vindo a constituir sociedade, mais uma vez, em um comércio de secos e molhados. Sempre ligado à comunidade, foi um dos sócios fundadores do Rotary Club de Taquara, em 1952, assim como Theóphilo Sauer. Sempre prestativo, ajudou diversas pessoas e entidades, como escolas e igrejas. Em 1948, já em Taquara, construiu uma casa na Rua Ernesto Alves, onde viveu com Arcilda até sua morte. Neste período em Taquara veio a investir em diversos tipos de comércio, inclusive na construção de prédios residenciais, além de empreendimentos fora da cidade. Em 1962 o casal realizou um grande passeio pela Europa, visitando diversos países. Veio a falecer em 8 de setembro de 1972, com apenas 55 anos de idade, em decorrência de um edema pulmonar.

Uma de suas características era destinar áreas específicas para igrejas e escolas em seus loteamentos, ao qual doava ao Governo Municipal. Por este espírito comunitário, a então Escola Municipal da Vila Guarani veio a receber seu nome após falecimento, assim como a Avenida Artuino Arsand, antiga Avenida São Paulo, criada em sua homenagem pela Lei Municipal de Taquara nº 693/1976, promulgada em 24 de setembro de 1976 pelo então prefeito de Taquara, Alceu Martins.

Os avôs paternos de Artuino Arsand:

Karl Friedrich Wilhelm Arsand nasceu em 15 de outubro de 1847, em Freistaat Sachsen, Alemanha. Ele casou-se com Marie Louise Löffler em 1876, em Heidelberg, Baden-Württemberg, Alemanha. Eles tiveram pelo menos seis filhos, dentre eles, Artuino Arsand. Karl faleceu em 3 de abril de 1893, às 10h, com 45 anos. Segundo Erni Engelmann em seu livro “A saga dos alemães: do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo”, cujas informações foram retiradas do 1º Registro de Óbitos da Comunidade de Igrejinha, Karl emigrou para o Brasil em 1876, e seu falecimento, numa segunda-feira de Páscoa, foi causado devido a um tiro dado por Jacob Scherer, como conta o livro: “Estes dois senhores entraram em desentendimento devido à música. Arsand usou uma faca e abriu a artéria do pescoço do Scherer, e Scherer puxou pela pistola e matou o Arsand. Assim os dois se apresentaram ao Eterno Juiz”. Jacob acabou falecendo naquela mesma noite e ambos foram enterrados no dia seguinte. Jacob, nascido no dia 18 de fevereiro de 1858, na Picada Verão, era filho de Jakob Scherer. Sobre sua esposa, Marie Louise Löffler, sabe-se que nasceu em 7 de março de 1857, em Weißenfels, Freistaat Sachsen, Alemanha e faleceu em 13 de janeiro de 1904, com 46 anos, onze anos após a trágica morte de seu marido. Infelizmente, até o momento, não há informações disponíveis sobre os antepassados do casal.

Os avôs maternos de Artuino Arsand:

Carlos Sauer nasceu em 15 de outubro de 1862, em Taquara, quando seu pai, Johann Sauer, tinha 46 anos e sua mãe, Maria Margarida Michel, tinha 37 anos. Ele casou-se com Carolina Volkart em 18 de julho de 1886, em Igrejinha e tiveram pelo menos 5 filhos e 4 filhas. Ele faleceu em 14 de dezembro de 1946, em Três Coroas, com 84 anos. Carolina Volkart nasceu em 20 de abril de 1866, em Taquara, quando seu pai, Philipp Ferdinand Volkart, tinha 40 anos e sua mãe, Christine Dietrich, tinha 33 anos. Ela faleceu em 29 de junho de 1943, em Três Coroas, com 77 anos.

Ligações familiares:

Como de praxe, acho interessante verificar as ligações familiares com os pesquisados, e no caso do casal Arsand, destaco o parentesco: Arcilda Talita Schäfer era prima em terceiro grau do bisavô da minha esposa, Balduíno Alberto Sprandel (1900-1962), casado com Hilda Lahm (1901-1945), que por sua vez eram pais de Maria Luiza Sprandel (1925-2019), casada com Evaldo Emílio Streit (1929-2019), avôs paternos da Bárbara da Silva Streit.

Foto de casamento com os pajem e aias: Athos Alvício Schäfer, Irany Harrieth Sauer, Veny Bauer, Laci Lilian Badermann, Alice Miriam Schäfer e Myrna Leane Badermann.

Créditos das fotos:

Acervo EMEF Artuino Arsand

Fontes:

Arquivos da EMEF Artuino Arsand

ENGELMANN, Erni Guilherme. A saga dos alemães – do Hunsrück para Santa Maria do Mundo Novo. Igrejinha: E. G. Engelmann, 2004. 

Family Search:

https://www.familysearch.org/tree/person/details/KZNY-7CQ
https://www.familysearch.org/tree/person/details/KD3M-R6G
https://www.familysearch.org/tree/person/details/K8BV-L5J
https://www.familysearch.org/tree/person/details/KCR1-692

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Maicon Leite

Criador do projeto Trilhando a História de Parobé e Presidente da AMUPA - Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé

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