Revista Diário da Ferrovia – Nomeação de subdelegados de Santa Cristina do Pinhal em 1892

16 de fevereiro de 202416 de fevereiro de 2024Maicon Leite 0 comentáriosDiário da Ferrovia

Depto. de notícias do Trilhando a História de Parobé e região

Jornal A Federação, sexta-feira, 15 de janeiro de 1892

Foi noticiado no jornal A Federação do dia 15 de janeiro de 1892 a posse de subdelegados de Santa Cristina do Pinhal, sendo eles figuras bem conhecidas da comunidade local. Na notícia publicada neste histórico jornal impresso em Porto Alegre, cuja primeira edição foi publicada em 1884, lê-se o seguinte em “Notas Policiaes”: “Foram nomeados para o termo de Santa Christina do Pinhal: 3º suplente do subdelegado de polícia, subdelegados e 1º supplentes dos 1º e 2º districtos os cidadãos Zozimo Paz de Oliveira, Vandelino Lahn, Frederico Barth, Jacob Pyuli e João Mosmann; e para o termo do Triumpho: 1º supptente do delegado e subdelegado do 1º districto, os cidadãos Henrique de Oliveira Castro e tenente Jacob Franzen”.

As informações destas “Notas Policiaes” são do dia 13 de janeiro de 1892, ou seja, possivelmente estas nomeações foram realizadas nesta data, dois dias antes da publicação do jornal. Interessante citar que poucos meses depois, em 12 de julho de 1892, o mesmo jornal noticiaria o falecimento de Tristão José Monteiro.

Desta forma, através desta notícia, sabemos que Zozimo Paz de Oliveira, Vandelino Lahn, Frederico Barth, Jacob Pyuli e João Mosmann se tornaram suplentes de subdelegado de polícia de Santa Cristina do Pinhal. Alguns destes personagens já vimos no Trilhando a História de Parobé, como João Mosmann, Zozimo Paz de Oliveira e Jacob Pyuli, este último com o sobrenome grafado de forma incorreta. Tratava-se de Jacob Pioly, também grafado como Pioli ou Piolli, que era pai de Pedro Pioly, já retratado com a família ou com fotos de familiares. Jacob era casado com Virgínia Cândida dos Santos e moravam na Fazenda Martins. De origem italiana, nasceu em 21 de dezembro de 1859 em Castelnuovo di Garfagnana, uma comuna italiana da região da Toscana, na província de Lucca.

Por sua vez, Frederico Barth (1837–1913), havia nascido em Campo Bom e era filho dos imigrantes alemães Jacob Barth (1813–1886) e Anna Katharina Werb (1820–1905), e segundo consta, Jacob chegou a exercer a profissão de curtidor de couros. Jacob e Anna se estabeleceram em Taquara. Frederico se casou com Maria Catarina Ritter (1847–1938) em Igrejinha, no dia 13 de junho de 1869. Segundo o site Family Search, Frederico foi sepultado no Cemitério do Passo dos Ferreiros, em Taquara,

Consta em algumas pesquisas que fiz que Vandelino Lahn é Wendelino Lahm, nascido em 1867 e filho de Carlos Luiz Lahm (1842–1915) e Deolinda de Cassia Velho (1850–1891). Carlos era filho de Johann Wilhelm Lahm (1816–1905 – conhecido como Guilherme Lahm) e Elisabetha Habigzang (1816–1905).

Zozimo Paz de Oliveira (4 de abril de 1864 – 1931), por sua vez, também grafado como Zozimo Paes de Oliveira, era filho de Justino Paes De Oliveira (1826) e Theodora Luiza da Silva (1833–1879), tendo se casado com Rita Cândida de Oliveira (1871) em 29 de junho de 1887 em Santa Cristina do Pinhal. Consta que tiveram 12 filhos.

Interessante falarmos sobre João Mosmann: na época, em 1892, ele tinha 46 anos de idade e já tido oito filhos com sua esposa Rita Pires de Souza, com quem se casou em 26 de dezembro de 1878. Foi em 1880 que construiu sua casa, ainda existente, entre as esquinas das ruas Mário Mosmann e Avenida das Nações, ao lado da Escola Pequeno Príncipe.

O jornal A Federação encerrou suas atividades em 1937, quando um ato do Estado Novo extingue os partidos políticos. Sendo um veículo de divulgação dos ideais políticos do Partido Republicano Rio-grandense (PRR), basicamente um porta-voz do governo gaúcho, sua existência já não era mais possível. Além disso, problemas financeiros e a concorrência com o jornal Correio do Povo estavam minando sua sobrevivência.

A Revista Diário da Ferrovia é patrocinada pela Lei Paulo Gustavo e faz parte dosprojetos Trilhando a História de Parobé, Taquara e Nova Hartz, sendo responsável pelas notícias antigas da região, onde, através de chamadas extras, além de matérias, divulgará o que foi notícia e história em todas as localidades onde a VFRGS (Viação Férrea do Rio Grande do Sul) passava entre 1903 e 1964. As postagens das notícias antigas contarão com a capa do jornal consultado (se possível) e o recorte da matéria em questão. Tudo de fontes primárias e exatamente como foi noticiado nas publicações, inclusive com a grafia da época. Todas as matérias também serão postadas nas redes sociais dos projetos Trilhando a História de Parobé, Taquara e Nova Hartz. Em maio será lançada uma revista virtual com diversas matérias abrangendo a história de Parobé, Taquara, Nova Hartz e cidades da região.