Revista Diário da Ferrovia – Instalação do Conselho Municipal de Taquara em 1905

Depto. de notícias do Trilhando a História de Parobé e região
Fonte: Jornal A Federação, Quarta-Feira, 27 de Setembro de 1905

No próximo mês de abril completa-se 138 anos do decreto assinado em 17 de abril de 1886, quando Taquara passou de “Freguesia da Taquara do Mundo Novo” para “Villa da Taquara do Mundo Novo”. Antes disso há muito chão corrido, e também nestes quase 138 anos há muitas informações sobre a história do município a serem pesquisadas e divulgadas para o público em geral. Uma delas foi noticiada no jornal A Federação do dia 27 de setembro de 1905, sobre a instalação do Conselho Municipal de Taquara, com informações enviadas pelo jornal local Mundo Novo.

É interessante lembrar também que neste ano de 1905 a linha férrea ainda era notícia recente, já que foi inaugurada em 1903. Ou seja, nestes dois anos a Villa da Taquara do Mundo Novo viu muitas transformações e isso acabou influenciando a economia, política e sociedade locais. Uma destas transformações viria a ser vista em 1908, com a inauguração do prédio da Intendência Municipal, posteriormente denominado Palácio Municipal Diniz Martins Rangel, até hoje uma das mais belas construções da região. E foi neste mesmo ano que Taquara passa a ser elevada à condição de cidade, no dia 21 de dezembro de 1908, através do decreto nº 1404. Nesta época a população taquarense chegava aos 28 mil habitantes.

No trecho inicial da matéria, lê-se o seguinte: “”De accordo com o art. 25 da lei organica do nosso municipio, reuniu-se hoje a patriotica corporação municipal, acima, brilhantemente unida para cooperar na alta esphera de suas attribuições com o digno e intelligente patricio dirigente da nau municipal, sob a presidencia do nosso amigo coronel Julio Petersen. Compareceram a sessão os conselheiros tenente coronel Jorge Beck, Demetrio Alves Pereira, capitães Albino Ebling e Joaquim Lopes de Azeredo, deixando de comparecer por motivo justificado os conselheiros capitão João Mosmann e Augusto Heilemeyr”. Ou seja, em tal reunião estavam presentes nomes conhecidos da política local, como o Coronel Júlio Petersen. E como vimos, sentiu-se a falta de João Mosmann, nosso velho conhecido aqui de Parobé e personagem importante para nossa história.

E segue o relato, retratando duas figuras locais importantes: “Installado o conselho feitas antes as eleições do estylo, foi patente aos legisladores do municipio a mensagem do nosso digno amigo Coronel Diniz Rangel, documento longo e bem fundamentado, nada deixado a desejar sobre o estado financeiro dos negocios a seu cargo. Essa leitura foi procedida pelo secretario capião Albino Ebling”.

O comerciante Albino Ebling (1872–1950), conhecido pela Casa Ebling & Fleck, foi inicialmente casado com Deolinda Fleck (1874–1913) e depois com Hertha Rudolf (1894–1961). Deolinda Fleck era prima em segundo grau da minha trisavó, Maria Pauline Haag (1861-1938). Com Hertha teve três filhos, dentre eles Arno Ebling (1921–falecido), casado com Lenira Wern (1923–falecida), pais do médico e ex-prefeito Antônio Carlos Ebling (1948-2022), que governou a cidade entre 1983/1988. Ou seja, a política estava no sangue.

Por fim, a matéria chegava ao fim: “A mensagem a que alludimos os leitores terão como no anno passado o praser de apreciar nas columnas desta folha. Saudando a patriotica corporação legislativa municipal, almejamos que se inspire nos fecundos ensinamentos legados ao Rio Grande pelo seu inesquecível organisador, auspiciosamente continuados pelo seu successor, para, de accordo com o civismo de que são portadores desempenharem fielmente o mandato que lhe foi conferido pelo eleitorado republicano, no brilhante pleito do anno proximo passado”.

A Revista Diário da Ferrovia é patrocinado pela Lei Paulo Gustavo e faz parte dosprojetos Trilhando a História de Parobé, Taquara e Nova Hartz, sendo responsável pelas notícias antigas da região, onde, através de chamadas extras, além de matérias, divulgará o que foi notícia e história em todas as localidades onde a VFRGS (Viação Férrea do Rio Grande do Sul) passava entre 1903 e 1964. As postagens das notícias antigas contarão com a capa do jornal consultado (se possível) e o recorte da matéria em questão. Tudo de fontes primárias e exatamente como foi noticiado nas publicações, inclusive com a grafia da época. Em maio será lançada uma revista virtual com diversas matérias abrangendo a história de Parobé, Taquara, Nova Hartz e cidades da região.

Fontes:

Jornal A Federação de 27 de Setembro de 1905.

MOSSMANN SOBRINHO, PAULO GILBERTO. Santa Cristina do Pinhal – Taquara do Mundo Novo: movimentos de emancipação. In BARROSO, Véra Lucia Maciel; MOSSMANN SOBRINHO, Paulo Gilberto (orgs.). Raízes de Taquara. – Porto Alegre: EST, 2008. p. 44 – 48. (Volume I).

MÜLLER, Alex Juarez. Paisagens urbanas e suas representações fotográficas: Cidade de Taquara. 1882-1930. Taquara: Faccat, 2010.

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Projeto criado por Maicon Leite, graduando em História pela FACCAT e presidente da AMUPA (Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé). Todos os direitos reservados.

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Maicon Leite

Criador do projeto Trilhando a História de Parobé e Presidente da AMUPA - Associação dos Amigos do Museu Histórico de Parobé

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